Napoleão
... Quando eu me dei conta, você estava no meu quarto, na minha vida, se mudando de mala e cuia. Se emaranhando em tudo o que era meu como um gato faz com um novelo de lã. E me restou tentar, em vão, desatar os nós (como você é bom em dar nós). Mas os nós não desatam, e existe eu e você em tudo. Confesso sentir prazer com isso, talvez mais do que eu estaria pronta. Mas quando estamos prontos para o prazer? Aliás, tudo o que se refere à você busca prazer. Você é um boêmio incurável e um bebê chorão. Ambos em busca de satisfação.
Contaminante.
O novelo? Se emaranhou por toda a minha vida. Entrou em mim, e às vezes me dou conta do quão embolada estou. Mas Napoleão, essa não é uma questão de conquista, mas de entrega. O que havia de ser conquistado está conquistado. Deixe a esperança que isso seja mesmo algo muito bom crescer. Deixe a distância se encarregar do medo. E que o desejo de que haja sempre "eu e você" entregue o que há para ser entregue. Mas conte com o tempo, pois nesse correio não há sedex 10.
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