Esse é um lugar muito especial. Uma casa muito engraçada, divertida e livre. Em que as paredes são feitas de letras, sonhos, alegrias e dores. Somos 4 mulheres inventando novas formas de expressão. E utilizando velhas também, por que não? Seja bem - vindo!

segunda-feira, fevereiro 05, 2007

Quase

Hoje eu quase falei
tudo que tinha ensaiado.
Hoje eu quase roubei
aquele abraço apertado.
Hoje eu quase contei
o segredo do meu mundo esdrúxulo
e encantado.

Hoje eu te feri
por não declarar meus planos alucinados.
Joguei com o silêncio
arrastando-te para um campo minado.
Hoje eu quase me ofereci

a sua boca
mas pensei no meu coração turvo, congelado.
Hoje eu quase chorei

quando você se foi.

5 comentários:

Alyssa Jones disse...

clap clap clap clap

Marina R disse...

Linda, muito linda,causadora de alvoroços, como a escritora!

Ana Paula Lima disse...

Obrigada pela companhia, quase fiquei me achando, rsrs!!
Beijoôs

Anônimo disse...

Parabéns. Sabe que sou chato, mas para este poema vou dar um selo FV de qualidade!!! :->>>
Tem emoção (o que te falta em 90% dos textos), tem reflexão (o que te excede em 99%), tem algo fundamental que falta em muitos dos poemas que li aqui, preocupação com o tempo narrativo. Ele pausa na hora de pausar, corre na hora de correr. Anda equilibrado com o sentimento sugerido.
Acho que é uma certa melancolia que te deu a oportunidade deste poema. Pare de fingir e passe a sentir que seus textos conseqüentemente melhorarão. FV

Anônimo disse...

Caro Felix,
Que bom tê-lo por aqui..
O meu poema sou eu e nada mais..
Até mesmo para fingir antes é preciso ser, não é ?
Não é a toa que sou amiga da dor, pois meu sentir é lento, recalcado.
Espero desvelá-lo na medida em que a vida vai passando, ou melhor, passeando comigo.
Quanto ao tempo narrativo percebo que só é possível se atentar ao tempo do outro - ou do passeio da leitura do outro pelas minhas letrinhas - na medida em que é possível se desprender de mim mesma, e respirar enquanto estou me expondo - na vida - e para o leitor.
É uma posição dificíl de encarar, talvez impossível de manter.
O poema é reflexo do nosso agir
enquanto nos despimos dos nossos próprios sentires.