Esse é um lugar muito especial. Uma casa muito engraçada, divertida e livre. Em que as paredes são feitas de letras, sonhos, alegrias e dores. Somos 4 mulheres inventando novas formas de expressão. E utilizando velhas também, por que não? Seja bem - vindo!

terça-feira, abril 10, 2007

Acorda, sua vaca!

Ao acordar percebi que abaixo de mim o colchão estava muito molhado. Um silêncio gostoso tomava conta da casa. Estava ainda meio zonza. Eram 3:43 da tarde. O sol entrava pela porta do deck que estava, estranhamente, aberta. - Eu nunca deixo a porta aberta!! E quem pegou as crianças na escola, Jesus?!?! -

Ouvi uma voz masculina subindo as escadas.

Meu suor escorrendo fazia cócegas no meu pescoço e na parte de trás do meu joelho. Meus braços estavam um pouco adormecidos. Sentia meus olhos inchados como se tivesse chorado por alguns dias inteiros. E nas noites desses dias também.

Enquanto me coçava os pensamentos vinham claramente de volta a minha frente - como um trailer. Como um trailer de filme mesmo, que só te faz ter vontade de ver o resto. Mas esse era um filme de terror. - Eu não gosto desse trailer. -

Ele falou comigo, me chamou de Bela Adormecida. Ela me fez carinho na testa enxugando minhas gotas de desespero sem querer dizer que estava enxugando gotas de desespero. - Ela, e só ela, sabia que elas eram de desespero. -

Tinha lá uma telona de cinema pendurada na parede do meu quarto. Minha cama não era mais a minha cama. Meus lençóis não eram mais meus lençóis. - O que foi que eu fiz pra merecer isso? -

Três ingressos me foram entregues. Um para cada dia. Uma espécie de show que dura três dias. Imagino que isso seria loucura. Chama Coachella. Num deserto. Não me parecia um nome estranho, mas a minha cabeça rodava tanto naquele momento... Não consigo explicar.

Me pediram pra estar pronta, tomar o melhor banho da minha vida, não esquecer a bucha. Trazer xampu e sabão. Não haveria motivo para condicionador já que escovas não são permitidas no ônibus.

Abaixei a cabeça, pus a mão na testa. Fechei os olhos tentando desenbaçá-los. Eles se foram. Eu estava novamente sozinha. Tentando entender o porque e pra que de tudo isso. E foi assim que eu acordei. Ainda não arrumei mala.

Quero levar minha escova de qualquer jeito. DE QUALQUER JEITO. Meu horário ainda está meio bagunçado. Sinto falta da minha velha rotina. Senti falta dessas palavras que por aqui se entendem e se desentendem. Se encontram e matam saudades. Espero não tomar tantas pílulas ao mesmo tempo novamente. Prometo não tomá-las novamente.

2 comentários:

Anônimo disse...

So, how was the Muse? Are you living here in LA now? I'm in Sherman Oaks.
Let's "exchange some ideas", as we say in Brazil!
FV

Marina R disse...

Tô puta!!!!!!!!! como vc me deixa sem notícias suas... volta, pelo amor de Deus!!!! pelo menos volta p o blog, a responder meus emails...cade vc? Como vc tá? Não tome as pílulas ... TE AMO