Desejo de chão
Cansei dos poemas e poesias
Sobre a beleza do amor.
Hoje eu não vou beber para celebrar
A alegria de ser amada.
Hoje eu serei humana,
E vou me apossar de todas as minhas limitações
E não vou ver a maravilha.
Vou ver
E viver a dor
De ser amada
Já que o sou;
E dele não duvido
Dele não reclamo.
Reclamo dos sonhos.
Das asas pregadas nos meus pés.
A meses tenho me dedicado
Ao trabalho manual da costura
Dos meus pedaços,
Já que os vôos são altos
E as quedas intensas.
Penso que quando eu terminar a costura
Colocarei saquinhos de areia nos meus pés,
Ou grudarei as raizes de uma planta que cultivo
Qualquer coisa
Que me deixe
Mais próxima
Do chão

2 comentários:
Acho mto difícil estar no chão..(mesmo)..
Sei que estamos num tempo de relativismo estético, de não necessidade de explicações causais, senti na musicalidade do poema uma quebra, um esfacelamento, uma idéia que por uma causa oculta - pelo menos para mim não desvelada- avança a linha de baixo, isso pode significar muito, como pode significar justamente o que está exposto, leitor junte minha colcha de retalhos..
Um beijo
hum... Ana Paula tá que tá na análise das Fluxo Girls... ahuaha
amei o texto, Ma.
mil beijos!!!
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