OMO
Sempre teve algo errado. Algo sujo, descosturado, rasgado, desbotado, caindo, para fora... Eu sempre tentei. Juro, eu sempre desejei um caminho como dessas pessoas que vemos passar de carro, lindas e limpas indo de lugar nenhum para outro nenhum lugar, mas leves, sem pretensões. E eu, com todos os meus infinitos desejos e vontades de compreender continuava a estender as mãos, para buscar pessoas, para realizar desejos, para estancar o meu sangue. Sempre sangrei. As minhas mãos nunca conseguem ficar limpas, o esmalte descasca, a unha quebra, eu como, eu mexo em tudo ... a inquietude me fez assim. Apenas reclamações? Não mais. Tudo de mais fora dos padrões que existe em mim foi tudo o que me salvou de sangrar mais. É o que me faz poder estar do lado de qualquer pessoa. Confesso que ainda admiro o branco claro das roupas das pessoas que passam. Mas sabe lá o que é não se lambuzar? Não se lambuzar de desejo, de erros, de amor e de pessoas? Porque para se lambuzar de pessoas você precisa se dispor à sujeira, ao sangue, aos odores fortes que vem junto com a alegria e com a dor, com o êxtase e com o medo. Talvez um dia o OMO multiação dê conta das minhas roupas cheias de mim e de quem me cerca.
2 comentários:
Espero que não...
Manda pra lavenderia rsrs
Postar um comentário