Esse é um lugar muito especial. Uma casa muito engraçada, divertida e livre. Em que as paredes são feitas de letras, sonhos, alegrias e dores. Somos 4 mulheres inventando novas formas de expressão. E utilizando velhas também, por que não? Seja bem - vindo!

terça-feira, janeiro 30, 2007

Ciranda da Vida

Numa roda discreta prenúncios sobre o fim da linha
Conversas, discursos diversos..

Uma falava sobre a vizinha, que assim nada dizia
Outra sobre como arrumar uma nobre companhia
Outra: calor de fim do dia..


Mas aquele que do último respiro no peito ressentia
Dos temas falados nos versos da roda sobressaia
E esse enredo da vida para ele não mais se repetia

Ia Ia Ia

Encutia em cada dito engedrado um suspiro final
E a todos preescrevia a data e hora a dar-lhes a morte
Ou o mal

E todos do círculo diversificado negavam o que viam
Não se deve olhar a morte de frente.

E Ele insistia,
E ali mesmo despedia-se
Pois não havia
mais crivos que assegurassem para que assim não fizesse.

A morte o fazia gozar por desespero
Colocar-se no centro
e talvez se possível,
realizar desejos.

Realizar o desejo desse ente pulsátil
É para o restante da roda aceitar os prenúncios do fim.

Realizar desejos

é dizer a morte um perigoso sim.


A hora da morte castiga a todos por ela condenada
através do desespero das almas pelo fúnebre quase habitada

e não fazem ciranda alguma

não comunicam-se

com corpos que ela vem devagar

construir sua morada.

ada ada ada
e ao terminar mais um dia
ele brinca ao invéz de chorar
e repete sorrindo aos que puderem ouvir:
ada ada ada
A todos por ela condenada...

Um comentário:

Marina R disse...

Sinto tanta saudade de vc... de comer as 4 da madrugada, morrendo de sono...de ver livros,e trancar os meninos, sem eles notarem...
Mil beijos.Tenho amado os textos!